sexta-feira, 26 de abril de 2013

A Geografia do Prazer

 
O  ÍNTIMO  DESÍGNIO
 
Enfeitado de rosas negras e juncos selvagens, criados nas margens da madrugada, chegou o fim do ano, apressado e secreto.
 
Amanhã é sempre o hoje que dissimulamos no rosto das pequenas emoções que vivem e desaguam no gesto da oferta e nos abraços que envolvem a saudação ao novo ano. É íntimo este desígnio das flores enlaçadas pela dádiva e que cintila nos laços e nos gestos que amarram o passado à  memória do futuro.
 
Hoje é noite.  E a memória vive por entre os juncos e a natureza que enfeita de saudades  as margens deste nosso rio, das fontes até à foz.
 
Augusto Mota, texto 34 de «A Geografia do Prazer», 31.12.1998
 
 
- Exaltação do corpo em viagem pelos continentes da memória.

Sem comentários:

Enviar um comentário