terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

A Geografia do Prazer

5  A GEOGRAFIA DO PRAZER

A boca respira outras sensações e molda a paisagem ao ritmo da descoberta. Novos caminhos sobrevivem a tão ingente esforço e na madrugada habitam os gestos que correm e percorrem o sabor do corpo. Que novo sentido definirá esta hesitação que povoa a geografia do prazer?
 
Uma mulher em oferenda sagra a cidade que habito em cada gesto. Alongo e prolongo as mãos e, assim, o horizonte aproxima o ritmo de um outro poema. É Vivaldi escutado entre a memória e o presente. É o gesto que antecipa o futuro e morre entre as palavras que a emoção não articula.
 
Outra gramática terá que definir a sintaxe das novas sensações e povoar as mãos com a recordação dos dias que vivemos em cada segundo.
 
 
Augusto Mota, texto 5 de «A Geografia do Prazer», 1998
 

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