A verde escrevo o sol que escorre pelas minhas mãos e tudo se dilui na
saudade de infinito e nos desejos dos olhos claros da madrugada. Antes fosse um
poema que perpetuasse os segundos que em mim ardem como bicos aguçados que
sangram os lábios e a dor do futuro. Mas futuro é o presente que arde e sente,
que fere e pressente o rosto que acaricia um horizonte de mãos entre as colinas
da memória.
Se o futuro é cada segundo que hoje vivemos, que se eternize o júbilo da
sagração e se festeje cada gesto como dádiva sequiosa que inunda o corpo e
percorre, em êxtase, os caminhos da cidade sitiada.
Sobre as colinas de Jerusalém dormem as mãos e a boca dessa memória
renascida das cruzadas, dessas lutas sem inimigo, desse esvair por dentro do
passado sem futuro, ou do futuro sem presente. De qualquer modo sentem-se e
pressentem-se as mãos que ardem entre as colinas da memória, agora
rejuvenescida, e sentem-se e pressentem-se as lágrimas que escorrem entre os
dedos do dia que amanhece. Serão contas, talvez, de um novo rosário de feitiços
e encantamentos.
Um outro sufrágio das mãos ritualiza, agradecido, uma nova religião de
gestos em oferenda. O oficiante está pronto para as trindades do amanhecer!
Olá, Augusto:
ResponderEliminarSó hoje vi o seu Blog. Parabéns!
Serei visita assídua.
Este texto é colossal! Quase me deixou sem fôlego.
No dia daquele temporal medonho fiquei sem computador.
Que grande apagão levou. Mas já tenho computador outra vez.
Um grande abraço
Júlia Ribeiro
Gosto, particularmente, deste texto pela sua força de simbolismo. E revivi as emoções que experimentei ao visitar as colinas e as muralhas de Jerusalém, sobretudo ao nascer do sol. Uma revelação que, de novo, revivi ao ler o seu texto !
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