Como um deus sorvo as colinas do desejo e sigo, perdido, pelas sendas agrestes da memória e de um tempo que parou aqui. E agora, receoso, fujo de mim em direcção às mãos que desenham cada gesto e perpetuam o amanhecer.
Duas estrelas recordam os êxitos dessa memória e clamam pelo subtil silêncio da cidade sitiada. Não é vã a glória que é prenúncio de outra cidade! Sempre o corpo há-de ser metáfora de mulher e de cidade! Assim a conquista corre célere pelas mãos que, em uníssono, celebram o ritual do sacrifício.
Um dia tudo há-de ser claro como o grito da vitória entre as mãos em penitência. A confissão ficará adiada para a memória do presente!
Augusto Mota, texto 3 de «A Geografia do Prazer», 1998
- Exaltação do corpo em viagem pelos continenntes da memória.
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