13 O PRELÚDIO DO VAZIO
A espera é difícil como o silêncio que não
atende os desejos e a distância. O tempo vai longo e esquecido dos anseios e
das emoções. De longe apenas chegam os vibrantes aplausos no final da Patética
de Tchaikovsky. Tudo parece conjugar-se para entristecer a noite e sublinhar o
desconcerto da espera.
Que nova sinfonia ouviremos agora?
Já se anuncia o prelúdio do longo vazio
que irá atravessar a noite. Estranha melodia esta que vive entre o silêncio e o
desejo, entre a distância e o tempo, entre as trindades e o toque do amanhecer!
Que acordes ouviremos, então, na madrugada
de nós?
Augusto Mota, texto 13 de «A Geografia do Prazer», 1998
- Exaltação do corpo em viagem pelos continentes da memória.
- Exaltação do corpo em viagem pelos continentes da memória.
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderEliminarA sublimação da dor regenera-a numa terna redenção do dia que se espera não amanheça vazio. Pela força da poesia.
ResponderEliminar